Penso no orgânico em duas esferas: vegetal e animal. Em suas fusões proponho uma atmosfera híbrida entre esses organismos díspares, porém, complementares. Esse é o campo de partida para a série Miscigenação Peniana.
Vemos que há a naturalidade da contemplação da natureza, banal inclusive, do olhar e observar plantas em toda sua biodiversidade e aqui associo esse pensamento, no desejo de evidenciar também a diversidade de corpos e provocar no público o desejo de ampliar a naturalidade das práticas sexuais, íntimas e afetivas.
Questiono, porque não evidenciar ou aceitar os consolos penianos dentro de uma relação humana de mais aderência, de um cotidiano afetivo simples, rompendo o estigma do objeto fálico como um instrumento de uso exclusivo de profissionais do sexo, de pessoas sem moral, ou pior, de uso para o pecado? A miscigenação peniana é também da diversidade dos desejos representada por objetos que contribuem para as práticas afetivas e sexuais, unida à pluralidade de povos e toda a sua variada anatomia, criando uma associação de ideias, uma analogia botânica em suas diversas formas vegetais resultando na inspiração desta série de plantas fálicas!
Olhar para as peças desconstruídas do seu atributo original sugere uma crítica quando expostas como objeto escultórico peniano, sendo vasos de plantas, deslocando da esfera oculta e íntima em que habitualmente reside. Com humor a série apresenta seis peças, cada uma composta para representatividade conceitual da miscigenação da pele e anatomia humana.