[TRANS]* ite conosco!
Estou criando uma nova campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) com minhas fotografias em fineart envolvendo narrativas positivas de representatividade de corpos e vivências transexuais. Portanto apresentando a nova versão para o calendário 2022, com o tema “Noivas: Narrativas Positivas” dentro do projeto “[TRANS]*itoriedade em colaboração e inclusão social com a Casa Florescer.
Desta vez, a campanha engloba a possibilidade em ter duas versões gráficas para sua escolha:
Você também poderá solicitar um combo com quantos calendários 2022 desejar; assim como solicitar, como objeto colecionável e de arte, o calendário anterior de 2021 com o tema “Moda: Linha do Tempo”. Se você estiver “interessades” em um combo, envie-me um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Os calendários comprados com CEP no Brasil serão enviados via correio após o término da campanha.
O Projeto: O QUE É?
ARTE + FOTOGRAFIA + CALENDÁRIO + AÇÃO SOCIAL
UMA SÉRIE DE FOTOS FINEART COM NARRATIVAS INCLUSIVAS TRANSFORMADAS EM CALENDÁRIO ANUAL COMO SUPORTE E DESTINO PARA VENDA E BENEFÍCIO À AÇÃO SOCIAL.
FOTOS: Em 2017 iniciava um projeto fotográfico com modelos transexuais, data essa que culminou em minha participação em uma exposição coletiva dentro da temática LGBTQIA+, na mostra “DIVERSA 2017: Expressão de Gêneros, Identidades & Orientações” realizada no Museu da Diversidade Sexual de São Paulo. Desde então, meu desejo ficou maior que eu, processando um olhar mais empático sobre a letra “T” dentro da diversidade Queer.
O projeto inicia em capturar com o registro fotográfico com a fusão do universo da moda e com um olhar crítico sobre a pouca atuação em 2017 de modelos transexuais femininas nesse cenário fashion até então.
Todo esse processo inicial, pode ser relido detalhadamente no link da campanha de crowdfunding lançado em 2020, como a 1ª série do projeto (ver aqui).
Naturalmente, projetos independentes vão se polindo, melhorando, agregando coletividades, se aperfeiçoando e se [TRANS]*formando com intuito nos resultados, na potência da mensagem e nas representatividades diversas.
Gostaria que houvesse mais acesso e engajamento para as pessoas ao projeto, além da contemplação da imagem de sua narrativa. Pois as fotos da primeira série fotográfica inicialmente estariam apenas em galerias, museus ou editais de arte etc.
Para materializar este acesso projetei um “desdobramento gráfico” do suporte para disponibilizar o projeto e trabalho para mais pessoas, e com isso levar ao debate as relações humanas sobre a transexualidade para um público maior. Chegando então ao calendário como suporte gráfico atribuindo a ele ao mesmo tempo arte e funcionalidade com sua aquisição.
O Nome: TRANSITORIEDADE
TRANSITORIEDADE é o nome do projeto. Graficamente em seu layout redigido dessa forma: [TRANS]*itoriedade
O termo “TRANS” pode ser a abreviação de várias palavras que expressam diferentes identidades, como transexual ou transgênero, ou até mesmo travesti e transvestigeneres. Por isso, para evitar classificações que corram o risco de serem excludentes o asterisco é adicionado ao final da palavra transformando o termo trans em um termo guarda-chuva. Um termo englobador que estaria incluindo qualquer identidade trans “embaixo do guarda-chuva”. Além disso, o termo também pode incluir pessoas trans* que se identificam dentro e/ou fora do sistema normativo binário de gênero, ou seja, da ideia normativa que temos de “masculino” e “feminino” que forma um binário.
O uso do asterisco (*) junto a um termo englobador, a meu ver, é menos estigmatizado e mais fluido, de modo que elimina classificações excludentes e abre também a possibilidade da pessoa se identificar como quiser. É importante ressaltar que a identidade é soberana e as pessoas trans* tem a palavra final quanto a sua própria identificação.
O asterisco (*) é um sinal gráfico em forma de estrela. Em grego o significado é “estrelinha”. Usar o asterisco (*) ao lado de uma palavra, frase ou parágrafo indica que existe mais alguma informação relacionada àquele trecho.
(símbolo de gênero não binário): a não-binariedade ou identidade não-binária são também do “termo guarda-chuva” (que abarca várias identidades diferentes dentro de si) para identidade de gênero que não são masculinas ou femininas, estando, portanto, fora do binário de gênero e da cisnormatividade.
A palavra TRANSITORIEDADE, como título do projeto, assume esse nome para conceituar as etapas de transição que pessoas trans sofrem em suas corpos e vivências. Porém o intuito de quebrar a palavra dentro de colchetes e a uni com asterisco (*) é para evidenciar as várias identidades explicadas, mencionadas acima, assim como contextualizar que transições é um processo que todos sofremos.
Transições intelectuais, financeiras, estados emocionais, enfim, tudo em nós está em TRANSITORIEDADE e não em um estado perene, eterno ou permanente!
A [TRANS]*itoriedade é sinônimo de humanidade!
Séries e Temas
Etapas do Projeto
Há etapas na produção do projeto [TRANS]*itoriedade, para que o calendário 2022 se materialize. Acho importante trabalhar todas elas de forma [TRANS]*parente!
Arte: NARRATIVAS POÉTICAS
Todas as imagens capturadas do projeto [TRANS]*itoriedade, para a primeira série, criam uma narrativa com a fusão da história da moda, relacionada com minha trajetória profissional e repertório, assim como também legitimando de forma enfática a permanência de pessoas transexuais em todos os momentos históricos da humanidade.
No ensaio fotográfico, pós impressão, as imagens sofrem intervenções com bordados direto nas fotografias, que chamo de “Bordados Subversivos” pois volto a usar a linguagem do têxtil e da moda, para conferir mais potência a manifestação artista enquanto expressão, e ao mesmo tempo subvertendo a relação amorosa do bordado, trazendo uma leitura mais provocativa.
Pensando em mais representatividade ao projeto, ouvindo histórias e sonhos de mulheres trans, um debate percorreu diálogos sobre o afeto em relações amorosas, romantizadas e reais.
O casamento, a resposta sim para um pedido de união e consequentemente o símbolo do vestido de noiva provoca essa reflexão! É importante criar narrativas positivas e expor vivências que desconstruam repertórios estigmatizantes da transexual na esquina e permeando sempre a prostituição. Mulheres, cis e trans, têm sonhos e ambas também querem e podem encontrar sua alma gêmea.
Utilizar a imagem da noiva também descontrói o ritual excludente cristão, que não acolhe mulheres trans, em seus ritos de afetos e de união religiosa. Vamos pensar em ritos além de religiões aceitando a fé de cada um. E projetar altares fluidos, cultos com selo na diversidade e no amor para todes!
A Arrecadação Ação Social: Casa Florescer
O destino da arrecadação do projeto [TRANS]*itoriedade, com sua aquisição através da “vaquinha” online e a venda do calendário 2022 será direcionado 50% do valor para beneficiar uma das casas de acolhimento a mulheres transexuais em estado de vulnerabilidade social da cidade de São Paulo. O restante dos 50% para custos de impressões e gastos de montagem do material e distribuição.
A Casa Florescer é essa casa que aderiu ao projeto. Um centro de acolhida especial para mulheres transexuais. (link: Casa Florescer)
O espaço acolhe cerca de 30 mulheres transexuais e travestis em situação de vulnerabilidade social. Elas são acolhidas em regime integral, com moradia, atendimento social e psicológico. Além disso, através da articulação de redes, buscam pessoas que possam ministrar oficinas temáticas, capacitações e orientações.
Em visita a Casa Florescer tive a oportunidade de conhecer de forma mais aprofundada o trabalho social realizado e suas protagonistas, procurando transferir meu projeto em benefício a uma rede de suma importância social.
Por meio do responsável da casa de acolhimento, Alberto Silva, mais conhecido como Beto, obtive essa parceria para ter mais convergência sobre a temática e o projeto.
Para maior representatividade, o calendário 2022 com tema: Noivas – Narrativas Positivas terá as próprias moradoras da Casa Florescer estampando as páginas mensais do calendário.
Representatividade
Para o projeto ter mais potência e coerência, a preocupação em integrar na equipe (pois ninguém faz nada sozinho!) profissionais transexuais foi desde o início uma necessidade e atenção. Além das próprias garotas residentes da Casa Florescer presentes e sendo fotografadas, profissionais como cabelereiras e maquiadoras transexuais compactuaram as vivências dos ensaios, criando um cenário de bastidores confortável e diminuindo, mesmo sem intenções riscos transfóbicos. Para as outras etapas do projeto, mencionados acima, também há a procura de profissionais trans, masculinos ou femininos, para incorporar nos processos mais representatividade em todas suas etapas. Dois exemplos disso são com no tratamento de imagens feito por Paulo Marcelo Mar e no designer gráfico por Arnau Aguado, ambos homens trans, que assinam a tratamento e a arte gráfica, respectivamente, do calendário 2022.
Uma preocupação empática, uma delicadeza e uma necessidade!
Ficha Técnica
Direção criativa, fotografia e styling: Marcos Rossetton (gay queer)
Assistente estúdio e luz: Rogério Cazzali (hetero cis)
Beauty: Thamires Silva Garcia (mulher trans)
Hair: Luiza Mendes (mulher trans)
ONG Casa Florescer - coordenador: Alberto Silva (gay cis)
Casa Florescer – modelos: mês Janeiro: Iara Sophia (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Fevereiro: Dáphine Correa (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Março: Scarlett Silva de Oliveira (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Abril: Flávia Santos (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Maio: Thifany Safira (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Junho: Lua Gabriel (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Julho: Samantha Araújo Fácio (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Agosto: Eduarda Donadel de Barros (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Setembro: Alícia Kalloch (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Outubro: Rihanna Borges (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Novembro: Alexya Reis (mulher trans)
Casa Florescer – modelos: mês Dezembro: Scarlet Lee (mulher trans)
Gráficos e Artísticos:
Intervenção artística com bordados: Marcos Rossetton (gay queer)
Tratamento de Imagem: Paulo Marcelo Mar (homem trans)
Designer Gráfico: Arnau Aguado (homem trans)
Apoios:
Perfect Flower Decor: Adriana Jansen (gay cis)
Brechó Minha Avó Tinha: Franz Ambrósio (hetero cis)
Agradecimentos: Adriana Jansen; Franz Ambrósio; Diego Monteiro; Elaine Galdino e Lucas Coelho.
A Poética: NOIVAS (textos conceituais)
Que mulher não se emociona com o ritual cerimonial do casamento?
O casamento chega e o dia se [TRANS]*forma em sonho concretizado!
O branco, as flores do buquê, o véu de noiva, a resposta “sim” para a pergunta “você aceita?”, o doce “bem-casado”, as alianças e todos os outros ícones deste dia mágico [TRANS]*fere para a mulher um centro de comoção e atenção.
O dia do casamento, planejado muito antes e a mulher como protagonista.
O dia da noiva requer horas de preparação, “montação” e emoção para performar o feminino em cada detalhe.
Poder pensar, desejar, vivenciar e vestir a imagem quase sacra da noiva também deverá ser permitida para mulheres transexuais, travestis e transvestigeneres, pois precisamos naturalizar o afeto, o amor e expor narrativas positivas para corpas dissidentes, diversas e plurais. Enfim; [TRANS]*itoriedade!
Por que realizar?
Por que NOIVAS TRANS?
Apoio Coletivo
Encerro as informações como iniciei!
Sou um artista independente, mas que acredita na coletividade.
Esse projeto é para dar continuidade a série de calendários e fotografias fineart com narrativas trans, criado para financiar a produção gráfica do material e colaborar com a Casa Florescer.
Obrigado a todes pelo apoio!
EU: Artista Independente ... ( ... dos percalços e barreiras, sem fomento e subsídios financeiros públicos) mas acreditando no coletivo!
Olá pessoal. Me chamo Marcos Rossetton, sou artista visual e professor. Nas artes atuo com a linguagem da fotografia, da criação de imagens, da intervenção de objetos com o bordado enquanto expressão e potência criativa atribuída com as manualidades, incorporando essa particularidade devida minha formação em imagem de moda.
Costumo dizer que meus projetos imprimem uma investigação no comportamento humano, social e midiático. Com olhar empático nas relações humanas e ao mesmo tempo crítico, com um tempero de ironia ao lifestyle das grandes cidades.
Minha investigação artística está também no suporte da obra, trazendo mais protagonismo a esse elemento para a peça final e dessa forma buscando materiais diversos para minhas produções.