Isca de Tubarão. É uma sátira e uma metáfora aos perfis de homens cis heteronormativos que acreditam serem superiores ou supremos, entre o bem e o mal e no conforto do patriarcado; alicerceados numa sociedade de injustiças sobre as mulheres, sobre as minorias, aos LGBTQIA+ e com a imposição de suas falas, posturas, atitudes e mandatos institucionalizados! Porém aqui, metaforicamente, essa regra encontra-se afogada e ele submerso e gélido, mas ainda no centro, como um Poseidon, na alusão ao Deus supremo dos mares ou como um tubarão lançando iscas para suas presas!
O patriarcado infelizmente é algo sólido, muito enraizado na contemporaneidade, legitimando autoridade ao homem em várias esferas e organizações sociais, girando tudo a sua volta, em seu benefício, dos tratos no consumo, na legislação, na política, na cultura, na economia, nas profissões, e claro, no emocional.
Isca de Tubarão, como objeto escultórico, fez parte de uma série para o projeto chamado Miscigenação Peniana, no qual são apresentados falos penianos em outros contextos, leituras e poéticas.
Por fim, analiso que Netuno, longe da mitologia romana, está mais real no cotidiano dos tempos modernos, impregnado no machismo do dia a dia, camuflado ou escancarado. É preciso sororidade, o respeito pelas diferenças, a empatia e sentimento de companheirismo, para, no mínimo, não acabar solitário e afundado nas profundezas de um grande oceano.