Nos Bastidores da Nação somos atualmente espectadores do poder, obtendo flagrantes atuais pela coxia da “necropolítica” brasileira e vivenciando capítulos da história nacional nefasta, com extermínios raciais, armas na mão e muitas florestas, negros, LGBTQIA+, índios e pobres no chão! Temos uma homofobia latente e legalizada, temos um país laico, porém institucionalizado com uma única fé autorizada! Temos terreiros de fé destruídos, ministério cultural extinto e uma polícia que mata! Temos um país de extensão territorial gigante, do tamanho de um continente, mas sem gestão hábil e sem políticas públicas mínimas à sua população carente.
Nos Bastidores da Nação é uma série de bordados com mensagens em processos e subjetividades; utilizando o instrumento bastidor, ferramenta do trabalho manual, do fazer bordar, como uso e trocadilho, para retirar dos bastidores do Brasil o que nele ocorre recentemente em atrocidades!
Bastidores da Nação é uma expressão artística, um olhar na madrugada com um grito silencioso, uma tristeza no peito ao mesmo tempo um deboche, uma aclamação e um pedido de socorro, dentro da observação da cena político-social que o Brasil vivência.
Utilizo de experimentações de materiais e insumos diversos para bordar. Nessa pesquisa o suporte usado é o látex natural e sustentável de seringueiras nativas da Amazônia. A borracha é colorida com método alternativo e livre de produtos químicos agressivos, feito por comunidades locais e legalizadas, gerando renda para essas comunidades.
As obras e os materiais unem-se e potencializam as mensagens numa fusão, num hibridismo do que deveria ser a nossa sociedade.
Apresento o presidente fálico com sua faixa presidencial: BrasiLáico! Adepto e respeitando todo um ecossistema diverso de pessoas, sexualidades, fé e etnias! Pois queiram ou não somos plurais, o natural é a diversidade.
Apresento uma Trans Amazônia representando o orgânico e o hibridismo da diversidade Trans, presente nas cidades, mas também em qualquer civilização, incluindo em povos indígenas! Atemporal e pulsante seja no passado, presente ou futuro. Para que, como a floresta viva, permaneçam latentes e parem o extermínio de seus corpos e vidas transexuais.
Apresento nossa bandeira nacional, porém substituindo as constelações com estrelas desenhadas representando cada Estado da Federação por cruzes estampadas e bordadas, simbolizando as mortes ocorridas recentemente, seja pelo novo corona vírus, com o descaso da política para a pandemia, seja pela necropolítica genocida atual. Não temos mais “Ordem e Processo” mais sim “Caos & Daí ?!” tratado com descaso pelo presidente atual dessa nação!