Vamos aos poucos, em doses remotas, nos adaptando às suspensões de abraços, afagos e afetos tangíveis. Estamos obrigatoriamente assépticos, nesse momento, ao amor compartilhado.
O momento é da automedicação com cápsulas de silêncio, invólucros de introspecção e talvez com efeitos colaterais gravíssimos como a solidão.
O remédio é o pensamento, a paz e doses de manualidades plurais, humanas e artísticas.
A inspiração transita entre referências imagéticas atuais sobre a higienização, questões assépticas no cuidado e zelo com a saúde, observando, por exemplo, a neutralidade e limpeza exigida em ambientes hospitalares. Acrescido a necessidade de um isolamento social, que por consequência cria distanciamento, solidão e medo!
Também configura no processo criativo, uma analogia a respeito da proteção no sentido de blindagem, ou seja, que possamos todos estar protegidos e blindados, em cúpulas ou estufas de vidro transparente, onde vírus, política, ruídos, inimigos diversos não possam nos atingir e penetrar! E que possamos ver surgir da química, em seus tubos de ensaio, testes para a cura por meio da ciência!
Por fim, a produção imagética é muito simples, a prioridade é a limpeza, asséptica, minimalista e sem excessos ou exageros visuais. Para que cada um, em doses homeopáticas de isolamento, objetivem à reflexão, evocando o silêncio, o respeito ao luto ordinário e sucateado, a introspecção que o mundo atual aclama! No intuito de direcionar um pensamento ao interior de cada um, a uma hidratação mental!